Alessandra da Silva Oliveira possui uma carreira extensa no voleibol brasileiro. A ex-atleta jogou profissionalmente por 20 anos, e agora segue no esporte como técnica dos times feminino e masculino de vôlei da UFU/Praia Clube. Seu notável trabalho foi reconhecido recentemente pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) através do convite para o 1º Encontro de Treinadoras de Voleibol de Quadra CBV-COB.  

O evento que faz parte do Programa de Desenvolvimento do Esporte Feminino, reuniu cerca de 40 profissionais entre os dias 24 e 26 de novembro no Centro de Desenvolvimento do Voleibol em Saquarema/RJ. Com o intuito de ouvir as treinadoras as dificuldades de inserção das profissionais no esporte para além das categorias de base, o curso ofereceu também aulas e consultorias com especialistas da área da saúde da mulher. 

“Hoje, as mulheres representantes estão sim inseridas no voleibol, mas apenas na base, em times dos 10 anos até os 18, no sub-19 e sub-21", aponta a treinadora. “Este evento foi o primeiro passo de muitos parar abrir espaço para nós mulheres, porque existe uma preocupação em nos inserir mais no meio do alto-rendimento do esporte.” 

Alessandra destaca a falta de representatividade feminina na Super Liga, principal divisão do voleibol no Brasil. “Em 30 anos, apenas 4 treinadoras atuaram na Super Liga. É um meio muito fechado, muito machista. As mulheres estão somente na base, porque quando entramos no cenário nacional, não somos mais contratadas.” 

Ela também adverte sobre a importância dos estudos da saúde da mulher no esporte oferecidos durante o evento. “Fatores como a menstruação, a cólica, a tensão-pré-menstrual (tpm), podem interferir no rendimento da atleta, então é interessante que haja também esse estudo sobre o time”. 

A profissional demonstra orgulho e confiança no desempenho da equipe da UFU no próximo ano. “Somos um time muito competitivo, campeãs do JUMs. Ficamos em 5º lugar no JUBs porque caímos numa chave bem forte, mas tínhamos potencial para chegar à final." Com um time composto principalmente por atletas com base no Praia Clube, a equipe se prepara para iniciar os treinamentos visando à temporada do JUMs em abril. “Acredito que com o time que temos em mãos, mesmo com renovações, e com treinamentos, vamos conseguir um resultado expressivo.” 

Mulheres da UFU brilham também nos campos 

A força e o potencial das mulheres da UFU nos esportes também foram evidenciados na 1ª Copa Society Arena Verona de Fut 7 Feminino, em que a equipe conquistou o terceiro lugar no campeonato. Em um total de 8 jogos disputados entre 8 de outubro e 3 de novembro, a UFU/Praia Clube obteve 4 vitórias, sofreu 3 derrotas e empatou 1 partida. O time encerrou o torneio com 18 gols sofridos e 25 marcados, sendo que 18 destes foram obra de Ana Maria, a artilheira do campeonato. 

Ana Maria Cordeiro, graduanda em enfermagem, chegou a Uberlândia em 2019, mas já possui uma longa história nas quadras. "Sempre amei jogar e, quando cheguei aqui, não foi diferente. Graças a Deus, encontrei na UFU os times de futsal e (futebol) society", compartilhou. 

A equipe feminina de futebol society da UFU é recente, formada no final de abril deste ano para competir nos Jogos Universitários Brasileiros. Apesar do curto período de treinamento, o time chegou às quartas de final, demonstrando seu forte potencial. 

"Nossa participação na Copa Verona foi muito interessante", comentou a atleta. "Chegamos à semifinal; infelizmente, perdemos nos pênaltis. Disputamos o terceiro lugar onde fomos felizes com a premiação, mostrando que evoluímos bastante; evoluímos nosso futebol, nossa equipe." 

Essa conquista não apenas evidencia a dedicação dessas atletas, mas também o crescimento e reconhecimento do esporte feminino na UFU, traçando uma trajetória promissora para competições futuras. “Não temos medo de competir, estamos confiantes e ansiosas para o ano de 2024”, garantiu Ana Maria.